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segunda-feira, 30 de julho de 2012

"Guerra nos Campos - Trilogia Íbis"

Saudações Rubro-Anis!!


Você que acompanha o blog, ávido por notícias fresquinhas, louco para saber novidades do time mais amado do mundo, deve ter se desesperado nas duas últimas semanas, pois provavelmente ficou sabendo pelos burburinhos da cidade que o rubro-anil continuou animando a várzea do subúrbio. E foi isto mesmo: o show nunca pode parar. As fotos dos posts anteriores são verdadeiras e atuais (inclusive, o time rubro-negro não é o Flamengo, o que é fácil de deduzir pelo placar - afinal, jamais perderíamos para o Flamengo atual...). Não houve resenha, crônica, ou qualquer outro texto por duas razões: 1) este escriba não conseguiu tempo para escrever; 2) as histórias dos jogos do Íbis andam tão mirabolantes que está cada vez mais difícil torná-las acreditáveis. Esta foi a conclusão a que eu havia chegado até antes do jogo do último domingo, 29/07. Mas, depois deste, uma luz se acendeu; percebi que a história dos últimos jogos era perfeita, uma típica história de cinema, uma trilogia semelhante à "Guerra nas Estrelas", três capítulos, cada qual com suas particularidades, qualidades e defeitos. Assim, é com orgulho que eu apresento a todos a "Guerra nos Campos - Trilogia Íbis", que esteve em cartaz única e exclusivamente no Campo do Aliança, durante o mês de julho. Qualquer semelhança com outras trilogias famosas do cinema não é mera coincidência.



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Capítulo 1 - "Uma Nova Esperança"

15 de julho de 2012
Adversário: Seleção de Queimados


Há muito tempo atrás, numa galáxia muito, muito distante, uma divisão do Íbis fizera uma incursão mal sucedida em gramados estrangeiros, indo até Queimados para tomar um sacode do time local. Esta divisão estava desfalcada de vários jogadores, mas isso não diminuiu a vergonha da derrota. Uma revanche foi marcada para o dia 16 de julho, no glorioso Campo do Aliança. Como de hábito, a hora marcada para a batalha não foi respeitada. Mas, pelo menos, a maioria dos soldados compareceu. Faltou apenas o pelotão de defesa. Foi necessário que este soldado escriba, do pelotão de meio-campo, recuasse para proteger a retaguarda (sem trocadilhos, por favor) do time. Uma nova dupla de defensores foi então formada: Rodrigo e Niel. O ataque foi formado por seus melhores artilheiros, Márcio e Denilson. Também foi lançado no batalhão de meio-campo um soldado-surpresa, codinome Daniel, que surpreendeu os adversários e consagrou-se com 2 gols. Márcio fez mais um e, apesar de toda a técnica, força e juventude do exército inimigo, que chegou a balançar as redes uma vez, vencemos esta batalha épica, para júbilo de uma torcida apaixonada e participativa, que lotara o Aliança para assistir os guerreiros vestidos de vermelho e azul superarem suas próprias limitações e conseguirem uma vitória heroica.

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Capítulo 2 - "Os Perebas Contra-Atacam"

21 de julho de 2012 
Adversário: Seleção do Jardim Redentor

 Era um belo sábado de sol, após uma semana de intensas comemorações pelo sucesso absoluto do primeiro filme, e já tinhamos pela frente um novo desafio, ainda mais dificil: vingar a derrota sofrida no distante planeta de Belford Roxo, nas águas (ou brejos) do simpático satélite conhecido como Jardim Redentor. Para quem não lembra, lá encontramos uma legião de imponentes guerreiros, melhor acostumados a manipular a bola e o campo de jogo em condições aquáticas. Eram, porém, guerreiros sem compaixão, e castigaram o Íbis até não poder mais. O nosso time rubro-anil ansiava por vingança, estava confiante que a vitória na última batalha o credenciava a reestabelecer a ordem no universo e provar que, em condições ideais de temperatura e pressão, são os donos da bola. Manteve, onde pôde, o mesmo posicionamento dos pelotões vitoriosos do domingo anterior. Mas tudo foi em vão. O exército inimigo mostrou-se bem mais preparado, usou a antiga tática de reconhecer o terreno primeiro, atrair com falsos alarmes o oponente para o seu campo para então, com a rapidez e a força de uma juventude aliada com sabedoria e habilidade, disparar ataques e contra-ataques precisos, cirúrgicos, jogando por terra a pretensão do time rubro-anil de imperar em seus próprios domínios. Outra lavada, ainda mais doída.

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Capítulo 3 - "O Retorno de JEDI (Jogadores Experientes e Decisivos do Íbis)" 

29 de julho de 2012
Adversário: Seleção da Rua Guaíba

Após o fracasso do último filme, a confiança do time ficou baixa. As dúvidas sobre a capacidade do esquadrão rubro-anil em mostrar suas qualidades, impor seu ritmo e seu estilo de jogo perante os adversários rondou as cabeças dos jogadores e dos treinadores do Íbis. Mesmo assim, a vontade de mostrar ao que viemos para todo o universo foi maior, e antes mesmo que desse tempo de alguém pensar em abaixar a cabeça, marcou-se nova batalha para a nossa tradicional Arena, o Campo do Aliança. Batalha de preparação foi travada no domingo anterior, um torneio promovido pelo capitão Capitão, velho timoneiro amigo do Íbis, que serviu para dar ritmo aos pelotões de apoio à equipe principal. Aquela equipe conseguiu realizar um belo papel, ganhando em sorteio a passagem do Íbis para a segunda fase, coisa que não acontecia há vários séculos, e manteve, desta forma, o Íbis em alta conta, digno de respeito. Mas a batalha principal, a da redenção, ficou marcada para o último domingo, 29/07. Para o resgate da tradição do Íbis, de seu bom futebol, foi escolhido um adversário que possuísse como principais características exatamente as opostas às dele: juventude e velocidade. Manteve-se a tradição milenar de atraso na hora do jogo, a fim de aproveitar o calor de verão que havia em pleno inverno e impor condições de jogo extremas aos veteranos de guerra rubro-anis. Ou seja, como todo bom filme, os desafios impostos aos heróis eram, aparentemente, intransponíveis; não se via luz no fim do túnel. Mas os guerreiros rubro-anis estavam ansiosos pela redenção e partiram para a batalha. Porém, como todo mundo sabe, ansiedade não combina com bom trabalho: logo de cara, tomamos um gol bobo, numa bola perdida na lateral-direita, que culminou num tiro de longe para o fundo das redes. Um pouco depois reagimos, com este escriba aparecendo como agente surpresa e aproveitando dentro da área uma jogada luminosa do soldado Gabriel. Só que nossos filmes tem 90 minutos, e ainda era cedo para comemorar. O adversário, que possuía inclusive ex soldados do Íbis - que não sabemos ainda se antes eram espiões infiltrados ou se agora eram simples traidores - utilizou sua arma mais poderosa, a velocidade, e enfileirou 2 gols, abalando as estruturas de nossa tropa.
Fomos para o intervalo, discutimos novas estratégias, trocamos alguns soldados e voltamos para o segundo tempo determinados a dar um final feliz para o filme. Com destaque para a entrada dos soldados Junior e Badinha, o bom futebol apresentado pelo soldado lateral Luís, a presença na linha de artilharia do capitão Gal e o recuo do General Clodoaldo para a defesa das balizas, o exército rubro-anil partiu para o ataque e logo diminuiu o placar. O adversário assustou-se, mas não acreditou muito no poder de reação do Íbis. Aproveitando-se do desconhecimento das regras formais de batalha pelo time rubro-anil - que é formado basicamente em trincheiras amadoras - o time da rua Guaíba fez mais um gol, após um lançamento de tiro de meta - exceção à regra do impedimento - que caiu nos pés de um atacante que, livre-livre, só teve o trabalho de deixar o corpo para o General Clodoaldo fazer o mais óbvio dos penaltis. O ex-goleiro mão-de-quiabo do Íbis, Robinho, convertido em atacante na rua Guaíba, cobrou o penalti com tranquilidade, e aumentou a vantagem no placar.
Contudo, a guerra para o Íbis ainda não estava perdida. O time aprendeu com seus erros, ainda no curso da batalha, e ajustou sua estratégia para explorar o reverso do ponto forte do adversário: a falta de experiência. A juventude é aliada do aspecto físico, mas também é vilã do aspecto psicológico. O Íbis passou a trocar passes, a prender o adversário em seu campo. Criou chances, quase fez gols, quase tomou gols, mas soube, com experiência, ir minando a confiança da garotada. Aos poucos, a fortaleza dos meninos da rua Guaíba foi caindo. Capitão Gal marcou duas vezes e empatou o jogo. Badinha marcou de novo e virou o placar. A torcida ia ao delírio, e o adversário do Íbis ia ao desespero. Partiram para a pressão, mas ai o Junior fez mais um gol e abriu 2 de vantagem para o rubro-anil. O juiz também estava gostando tanto do jogo que não queria acabá-lo. O adversário foi para o abafa, com todas as suas forças, e conseguiu fazer mais um gol, levando a torcida a prender o coração na boca. General Clodoaldo ainda fez uma defesa salvadora, pulando na bola "como um gato". Mas este não era um dia para empates, muito menos para derrotas. Após um lance de muita raça, Badinha fez mais um, para pôr no chão definitivamente o Exército adversário, e encerrar a trilogia fantástica que o Íbis proporcionou nas duas últimas semanas. Placar final: 7 a 5 para o Íbis!!!!!


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Para quem não viu estes 3 filmes épicos, que não foram obra de ficção, lamento informar que não há replay. Posso apenas recomendar que não perca, em hipótese alguma, as próximas batalhas deste time sensacional, ao vivo, no Campo do Aliança, ou em qualquer outra arena do universo do futebol.

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