Saudações Rubro-anis!!!
Após um longo inverno, em pleno outono, estamos de volta! Foram muitas semanas de treinos, onde não aconteceu nada muito relevante, a não ser a comprovação de que há alguma coisa errada com o uniforme atual do Íbis, pois, invariavelmente, não importando quem o vestia, perdia. Ao que parece, vestir azul só deu sorte ao Simonal. Mas vamos ao evento de ontem, objetivo real dos treinos anteriores: o torneio!
Bom, todo mundo sabe que torneio é aquela coisa fatal: perdeu sai, ganhou fica. E fica mesmo. É o resto do dia jogando e, principalmente, esperando. Portanto, a confusão mental na cabeça dos jogadores é enorme: "não quero perder! mas, e se eu ganhar?? Não!!!!". E empate, faz o quê? Depende. Desde quando jogador lê regulamento de torneio? "Sei lá, deve ser decidido nos penaltis...." Haja coração!
Bom, fato é que, a não ser que o Joel Santana seja o técnico do seu time, você não joga para empatar. E, a não ser que você tenha entrado em um esquema de aposta e apostado contra o Íbis (o que revela que você não é uma pessoa muito audaciosa), você joga para ganhar. E foi com esse espírito que o time entrou em campo. Bem, mais ou menos...
O time foi escalado pelo multifuncional Clodoaldo assim: Allain; Jamir, César (estreante), Daniel e André Luís (estreante em jogos oficiais); Duardo, Rodrigo, Lelê e Badinha; Denilson e Márcio.
Na escalação, Clodoaldo frisou que todo mundo iria jogar. Guardem esta informação, ela será importante no final da história.
O adversário era o temido Suruí. Segundo nossos espiões, um timaço, time "de campeonato". Também guardem esta informação. E, se por acaso ao ler isso você tiver uma sensação estranha, começar a achar que já ouviu este nome antes, "Suruí", e que tem "alguma coisa errada que não está certa" na informação dos nossos espiões, parabéns!! Você tem ótima memória! Clique
aqui para ver por quê.
Bom, de fato, o Suruí estava mais preparado do que nós. Na técnica, no peso, na idade. Mas, na raça, o Íbis nivelou o jogo. Na catimba também. O único problema é que a catimba é mais útil quando se está ganhando o jogo. E nem preciso lembrar que este raramente é o caso do Íbis.
O jogo começou com o Suruí na pressão. Não conseguíamos sair com a bola, lançar para o ataque, nada. Era só defesa. E reclamação com a arbitragem. O gol do Suruí parecia uma questão de tempo. E ele veio. Após uma bola alçada na área, o centroavante tocou de cabeça para um companheiro mais a frente marcar o gol. Mas o juiz, de quem tanto reclamávamos, compensou: marcou impedimento, caindo no caô de que nosso lateral Jamir, do outro lado, não estava dando condições, porque estava fora do campo. Mas ele estava dentro do campo e dava condições. Ufa!
Depois disso, o Suruí diminuiu um pouco o ritmo e equilibramos um pouco as coisas. Cruzamos duas faltas na área, que na confusão sobraram na meia-lua, mas acabamos chutando a bola para longe. Badinha, logo em seguida, sentiu-se mal e foi substituído (a torcida ainda quer explicações para não jogar nele a pipoca...). O jogo permaneceu brigado, falado, xingado, e, quando começávamos a sofrer pressão de novo, o primeiro tempo acabou. (o jogo foi de 20 min x 20 min - eu acho)
Foi ai que começou a discórdia. Guardou a informação que pedi lá em cima? Pois é. Acatada sem grandes considerações no inicio, a idéia do "comunismo" no Íbis não foi muito bem aceita na hora de dividir a carne. Para uns, o time estava bem, não podia mexer. Para outros, "o combinado não sai caro", e o time nem estava tão bem assim - então, era hora de mexer. De um lado, a pressão de quem não quer sair; de outro, a de quem está louco para entrar. E, assim o "comunismo do Íbis" trilhou o mesmo caminho do comunismo aqui de fora: Ditadura!! E o nosso encarregado disso, camarada Clodoaldo, tratou de trocar quem quis e quem não quis. Tática tecnicamente duvidosa, mas moralmente correta. É o Íbis, sempre inovando, sempre a frente de seu tempo.
O Íbis só não fica a frente é no placar. O tempo foi passando, o Suruí foi freando seu ritmo, e o jogo ficando cada vez mais nervoso. Jogadas mais duras, reclamações mais fortes. A torcida lotava o Aliança, como há muito tempo não se via. Quem tentou cortar caminho pelo campo para chegar mais rápido a algum lugar, acabou perdendo a hora, pois o jogo estava bom de assistir, era irresistível não parar um pouquinho para ver aquele time rubro-anil lutando, suando para não desapontar sua torcida apaixonada. Mas...
Sempre tem um "mas". O "mas" dessa vez foi o seguinte: sabe-se lá como, sabe-se lá o porquê, sabe-se lá de onde, apareceu um atacante do Suruí livre, de frente para o goleiro. E sabe-se lá com que sorte ou perícia ele acertou um chute, meio de chaleira ou sabe-se lá que parte da perna, que, sabe-se lá como, conseguiu encobrir o Allain, que sabe-se lá porquê estava fazendo uma grande partida, e sabe-se lá por que o Íbis, mesmo com toda a luta, nadando e matando tubarões, mais uma vez morreu na praia...
E ainda agonizou com raiva; teve mais umas duas chances em cruzamentos na área, mas, possuído pela gana de ganhar o jogo, afobou-se, não soube finalizar, preocupou-se mais em reclamar do juiz do que em jogar e, quando deu conta (aliás, nem se deu conta), viu o jogo acabar de forma patética, após mais de cinco minutos de paralisação duma falta para o Suruí que, de tanta confusão, nem foi cobrada.
Bom, torneio é isso. É briga, é luta, é raça. Mas também é técnica, e esta faltou ao Íbis. É cabeça no lugar. E é vapt-vupt. Como esta crônica/resenha, que ficou grande, mas se você conseguiu chegar até aqui, é porque estava ansioso para saber como ela ia acabar. Bem, já acabou.
Final: Íbis 0 x 1 Suruí. Torneio. Campo do Aliança. 07.06.2012