Como vocês já deviam suspeitar, o balanço do ano passado (em termos de bola no pé) foi pra lá de negativo. Nem os matemáticos e estatisticos que contratamos, que já estão mais do que acostumados a lidar com contas no vermelho, estão conseguindo se entender com tantos números absurdos. Apenas para se ter uma idéia: nosso aproveitamento de pontos foi de apenas 22%. Coisa de maluco mesmo. Por outro lado, a conta da alegria, da amizade, do simples prazer de se reunir para se divertir, brincar, se exercitar, jogar conversa fora - enfim, aquelas coisas que o comercial diz que "não tem preço" - ah, o saldo desta conta terminou bem azul.
Vermelho, azul... não é à toa que estas são as cores do Íbis. O novo ano começou com uma triste inversão: sofremos um débito na conta, perdendo pros campos lá de cima o nosso diretor Kakai. Mas, ibisiense que é ibisiense tem que tentar sempre enxergar o melhor lado das coisas: quem sabe esta não foi apenas uma tática do Técnico Maior, para garantir a distribuição das camisas assim que cada um de nós for jogar lá?
Bom, enquanto isso, a vida aqui embaixo seguiu como tinha que seguir, e a nova temporada ganhou data para começar: 15 de janeiro. E começaríamos logo da forma mais dificil, fora de casa, pressionados pela torcida adversária, em São João de Meriti. A pré-temporada, vocês sabem, foi bastante disciplinada. Alguns atletas mantiveram a forma no Aturandofilhismo; outros no Halterocopismo; e até no arremesso de controle remoto alguns se arriscaram. Portanto, fisicamente não havia problemas: íamos começar a temporada do mesmo jeito que terminamos.
Porém, resolvemos nos precaver em 2 aspectos: primeiro, chamando alguns reforços de cabeça mais jovem, para dar novas idéias sobre futebol e, sobretudo, correrem de uma forma que 90% do time não corre mais. Assim, foram convocados o Júnior irmão do Badinho, o Pablo "cabelo do Cortez", e Patrick "Thiago Neves". A segunda providência foi combater a torcida adversária. Calma gente: não chamamos nenhum pitboy ou pitbull. Chamamos a torcida feminina, claro, devidamente orientadas para serem o mais histéricas possível.
E assim partimos para a missão. O jogo seria na sede do Coqueiros F.C, em São João, um espaço bem legal, com banheiros, vestiários, bar etc. Fomos muito bem recebidos. O campo é que está um pouco castigado, cheio de ondulações, mas nada a que não estejamos acostumados. O adversário era o São Paulo de São João. Ou seja, não tinha jeito, teríamos que cometer um pecado, batendo em Santos. Assim como o Barcelona fez.
Estávamos praticamente completos; desfalques, dentre os que vinham jogando no fim da temporada passada, que eu me lembre apenas Niel, Raphael, Márcio Rosário, Bruno e Sangria. Gabriel estava lá, mas ainda vetado pelo departamento médico. Com tanta gente pa jogar, Célio Bananada decidiu exercer somente a profissão de "professor", e ficou de fora para armar o time. Em linhas gerais, os veteranos foram para o primeiro tempo, e a garotada pro segundo.
Começamos o jogo meio confusos, errando passes, ainda nos acostumando com o terreno. Muita discussão, falatório com quem estava de fora, pressão da torcida adversária. Parece que foi demais mesmo para a experiência de Gê, que furou bisonhamente dentro da nossa pequena área, deixando a bola livrinha para o atacante deles marcar. 0 a 1.
Pior não podia ficar? Podia. Mas Allain, de volta ao gol, operou dois ou três milagres para salvar o Íbis, e acabou passando para o time a confiança que faltava. Equilibramos o jogo e, já no final do primeiro tempo, a coisa começou a mudar. Gê se machucou e no lugar dele entrou um jogador que acabou mudando o jogo: Junior, o irmão do Badinho. O moleque pegou na bola pela primeira vez já cara a cara com o goleiro. Acabou chutando mal, meio de tornozelo; a bola bateu na trave, rodou na frente do gol, mas foi para fora. Mau sinal? Nada. Pouco depois ele pegou outra bola, partiu para cima do zagueiro e sofreu penalti. Lelê bateu com a categoria de sempre e empatou.
Para o segundo tempo, o professor Célio, pressionado sobretudo pelo diretor Clodoaldo, mexeu bastante no time, enchendo-o de atacantes. Podia acabar virando uma "faca de dois legumes". Mas não foi. O calor aumentou, as torcidas cada vez mais empolgadas, e o sangue novo deu outra cara para o Íbis. O adversário parou de assustar e, com o Júnior arrebentando na ponta esquerda, fomos para cima. Numa boa jogada dele, com a participação sempre efetiva do Márcio, chegamos à virada, numa bola que acabou sobrando dentro da área para o chute do outro menino bom de bola, o Pablo. A partir dai, só deu Íbis. Muitas chances foram desperdiçadas, até a pior delas: o juiz marcou outro penalti, em jogada do Junior. Denilson foi bater, já pensando na comemoração. Ia correr para a torcida, fazer coraçãozinho, já que a família dele estava toda lá. Mas, pensando tanto no depois, não deu conta do agora: chutou a bola no travessão.
Será que a sina do Íbis ia continuar? Perder, mesmo quando joga bem? A chance perdida fez o adversário crescer. Numa falta perigosíssima, na entrada da área, Robinho, que entrara no lugar do Allain para revezar, fez uma defesa dificilima, no chão, salvando o Íbis. Mas, pouco depois, não teve jeito. Paulo fez penalti no atacante e o juiz não titubeou em marcar (afinal, já tinha marcado 2 para a gente). O São Paulo de São João também não titubeou e empatou a partida. 2 a 2.
É, parecia que o nosso destino seria manter a invencibilidade fora de casa, não perdendo nem ganhando de ninguém. Mas, só parecia. Entraram o estreante Patrick "Thiago Neves", e o veteraníssimo diretor Clodoaldo Barrigudo. O primeiro não jogou mal, mostrou alguma habilidade, mas ainda precisa ganhar corpo para evoluir. Já o segundo... este saiu do banco para entrar para a História! E da forma mais improvável possível.
Último minuto de jogo, bola lançada na área, e ele, como sempre, foi para a briga. Conseguiu cabecear a bola e ela foi na trave! Acabou? Ainda não. Ela voltou no pé de alguém, não sei quem, que chutou; o goleiro pegou, mas ela acabou sobrando para Clodoaldo fazer um lance inédito: cabecear a bola no chão.Repito: cabeceou uma bola no chão!! Vá lá, foi um peixinho. Um peixinho barrigudo. E o melhor de tudo? Deu certo! A bola acabou indo de mansinho, no cantinho, sem chances para o goleiro. GOL DO ÍBIS!!!
A torcida foi ao delírio, São João tremeu!!! Íbis 3, São Paulo de São João 2. Não havia tempo pra mais nada, o juiz apitou o fim do jogo, dramático, e começou a festa!
Primeiro jogo, primeira vitória. Invictos na temporada. 100% de aproveitamento. Do vermelho para o azul: este é o Íbis.
Esta vitória, naturalmente, é dedicada ao nosso diretor de material esportivo, Kakai.
Final: São Paulo de São João 2 x 3 Íbis. Coqueiros FC, São João de Meriti. 15.01.2012.
Gols do Íbis: Lelê, Pablo e Clodoaldo.
EU SOU TERRIVEL, VOU TE CONTAR, NÃO VAI SER MOLE, ME ATURAR,"BANANADA" ESTOU COM A RAZÃO QUANDO DIGO,NÃO TENHO MEDO DO PERIGO,SOU BARRIGUDO SOU SINISTRO EU SOU TERRIVEL OOoo eu sou TERRIVEL
ResponderExcluirclodoaldo
A vitória poderia ter sido menos dramática se tivessem me pedido para bater o segundo penalti...Penalti é igual a boca livre, não se pode perder.
ResponderExcluirPosso até perder uma boca livre, mas penalti eu não perco.
galera,foi minha primeira vez a ver um jogo do ibis e foi legal. me foi prometido um gol e assim foi feito.adorei pretendo ir mais vezes assistir aos jogos .adorei!!! dia 5 estarei firme e forte torcendo pelo ibis no QTG, um abraço Silvia!!!! Valeu
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