Peladeiro que se preza não fica contente em só ganhar dos saco-de-pancadas caseiros. Não fica contente em só conhecer os atalhos de seu próprio campo. Vez ou outra, acaba arrumando um jeito de fincar bandeira em outros lugares (atenção patroas: estou falando de futebol mesmo, sem outras conotações...). E no Íbis, como somos todos bons peladeiros, arrumamos um joguinho fora do Aliança, para testar e demonstrar nossas habilidades também em outros gramados. Pé-na-Estrada, rumo à gloriosa cidade de Duque de Caxias. Longe à beça...
A Excursão
Jogo marcado contra o Divinéia, do Jardim Primavera. Houve muita expectativa do adversário: anunciaram o jog em carro de som, rádio comunitária, colocaram faixa em poste: o Íbis vem ai!! Era respeito. Mas, se fosse medo, não era para menos. Afinal, era o Íbis Futebol Família, e não qualquer mulambada.
Nosso "bonde" formou no Aliança, comboio de 6 carros, todos meio preocupados com o caminho, sabe como é né, só homem feio e mal encarado, até explicar que é tudo trabalhador e peladeiro... Mas a "viagem" foi tranquila, chegamos no lugar marcado em Caxias, onde deveríamos fazer contato para que um guia viesse nos buscar. Sabe livro de aventura? Então, igualzinho. O campo parecia secreto! Duvido alguém acertar o caminho de novo. O nosso guia entrou e saiu de tantas ruas que parecia que queria mesmo era nos confundir.
Mas o nosso guia era conhecido. Aliás, guias. Primeiro o parceiro Daniel, companheiro de labuta deste escriba, dirigente do Divinéia, responsável pela armação da pelada. E o outro, quem diria, para surpresa de grande parte do time: um Quitunguense!! É inacreditável, aonde quer que se vá se encontra um. E este era o Tica, que agora está morando naquela área, e foi receber a galera. É também atleta do Divinéia.
Chegamos no campinho, gramado, legal, só está faltando nele uma "Operação Terreno Plano". Eu diria que o nosso campo perfeito poderia ter o nivelamento do Aliança e a grama de Caxias. Mas sem problemas, o Elano, o Fred, o André Santos, nenhum deles joga no Íbis, e dificilmente sai um penalti em nossos jogos. Portanto, a "Arena" estava adequada. O Divinéia era um time que regulava na média de idade com o Íbis. O único problema era que eles tinham 2 quadros. Nós, dessa vez, até tinhamos bastante gente, mas duas partidas seguidas... O professor Gal armou o 1º time assim:
Alain-Jamir-Daniel-Paulo-Mádson-Rodrigo-Badico-Márcio-Lelê-Clayton-Célio
O Jogo
A bola rolou e começamos bem. Sem afobação, tentando tocar a bola. Mas o Divinéia era rápido. Nossa armação estava ofensiva, e acabou criando espaços para o adversário. Na direita, dois jogadores rápidos estavam marcando encontro a toda hora na, como bem disse nosso zagueirão, "Avenida Jamir Jr., esquina com rua Daniel Alexandre". Na esquerda não estava muito diferente. Daniel, coitado, lutou muito, mas, como algum sábio lembrou, ele é maratonista, "fundista" (opa!), e não velocista. Sofreu para correr atrás do ataque (que não era de garotos, ainda). O Paulo, agora ex-lateral, foi a revelação na zaga, saindo bem na cobertura em diversos lances. Assim, apesar da correria e do sufoco do Divinéia, o jogo estava parelho. Márcio, Badico e Lelê comandavam a ofensiva, trocando passes no meio-campo, buscando os atacantes. Mas Célio e Clayton não conseguiam se livrar da marcação. Da marcação e do terreno. Sim, naquele lado do campo havia vários montinhos artilheiros, querendo rivalizar com nossa dupla de ataques. Faltou nossa dupla acreditar mais nas bolas, até porque a zaga do Divinéia não parecia ser lá uma Brastemp.
Esse era o jogo, até que, em determinado momento, o Divinéia fechou os espaços no meio-campo, e tivemos que começar a sair a bola na base do chutão. Foi ai que o nosso goleirão Alain se destacou. Bateu um tiro de merd... digo, tiro de meta, no meio-campo, mas no pé do adversário. Desolado, nosso goleiro abaixou a cabeça se lamentando. O adversário nem havia percebido, mas Célio, com a melhor das intenções (daquelas que o inferno está cheio), foi reclamar e acabou dando a dica: "Vai pro gol goleiro, levanta a cabeça!!". Que coisa, o cara do Divinéia ouviu bem, largou o sapato do meio da rua, e guardou. 1 a 0.
Ainda tentamos alguns lances, mas o Divinéia cresceu depois do gol. Teve bola na trave, voleio, e até redenção do Alain numa boa defesa cara a cara. Só no finzinho é que voltamos às cargas e, depois de um lançamento preciso do Márcio para a área, Clayton pediu a camisa do Inacreditável Futebol Clube. Meio que trombando com o goleiro na pequena área, acabou mandando a bola para fora. Fim do 1º tempo.
O 2º começou com a saída de Célio e a estréia de Cosme, cabeça-de-área, meio enfezado, rapidinho brigou com o juiz e tomou amarelo. Cacau entrou também na lateral, no lugar de Mádson, e fez boa partida, jogando com seriedade. O Íbis voltou com vontade de reagir, e logo de cara chegou ao empate, num lance em que a bola cruzou todo o ataque, começou na direita e terminou na esquerda, com Márcio, na categoria de sempre, tocando na saída do goleiro. Golaço!! Começamos a dominar as ações e, logo depois, Lelê, da direita, foi cruzar a bola para a área e... na gaveta!!! Virada do Íbis!! 2 a 1!!. O Lelê deve dizer que foi com intenção, claro. Mas também não importa, o que importa é que estávamos ganhando. O Lelê, aliás, tá marcando gol em todo jogo. Soube que a diretoria do Íbis já está bolando uma operação milionária para ter o passe do jogador em definitivo, com exclusividade. Parece que já há inclusive diversos patrocinadores interessados. A conferir.
Mas depois desse gol, o time começou a ter problemas, recuando demais. Clayton saiu e entrou o garoto Mateus, que fez boas jogadas. O Divinéia também começou a baixar a média de idade. O ataque passou a ser do sub-15. Tava dificil segurar a garotada, e a bola já não estava chegando com qualidade no nosso ataque. Ainda tivemos algumas chances, em cobranças de falta, e também num lance em que por muito pouco o Márcio não concluiu no gol. Mas, ironicamente, quando o Divinéia apostava na correria, acabou fazendo um gol da forma mais improvável. Eles cobraram um escanteio na pequena área, e um sub-15 baixinho, com cabelo à la Neymar, apareceu para cabecear e empatar a peleja.
Ainda entraram Joãozinho no lugar de Badico, e Clodoaldo no lugar de Jamir. E nisso aconteceu mais um fato para o...
Coisas que só acontecem com o Íbis
O de hoje foi o seguinte. Badico foi substituído e, antes de sair totalmente de campo, tirou a camisa. O juízão viu e... deu cartão amarelo por isso. E como o Badico já tinha amarelo... Foi expulso!! Bom, depois de muita conversa, muita diplomacia da diretoria, ligamos para o STJP (Superior Tribunal de Justiça Peladística) e conseguimos reverter a punição, permanecendo o time completo...
Voltando ao jogo. Depois do gol, ainda tentamos desequilibrar a partida, mas continuávamos com problemas para sair a bola tocando. Perto do final, tivemos a chance de selar a vitória. Em um contra-ataque rápido, Mateus deu um belo passe na direita para Lelê, que chutou cruzado, mas pegou mal na bola, e ela acabou saindo. Fim de Jogo. Primeiro empate do Íbis no ano, na primeira excursão. Deu quase tudo certo, só faltaram mesmo os "3 pontos". O Divinéia ainda quis colocar o 2º quadro para jogar, até topamos, se fosse 20 x 20 minutos, mas preferiu-se então deixar para a próxima. O tira-teima já está prometido para o Aliança, em breve. E nossa aventura de domingo acabava ali.
Final: Divinéia 2 x 2 Íbis. Campo da Divinéia, Caxias. 07-08-2011.
Um agradecimento especial à Associação de Moradores da Divinéia pela recepção feita ao Íbis. Aquele Abraço!!!
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